O tema da manutenção ou não do consumo de leite e derivados na dieta humana após a infância é recorrente. A nutricionista Ana Paula Wolf responde com várias outras questões: -Qual a espécie que possui a maior variedade alimentar e dietética?
- Qual espécie evoluiu a ponto de desenvolver tecnologias que permitissem o progresso, em todas as áreas, seja na alimentação, vestuário, moradia, etc?
- Qual espécie é a mais evoluída, do ponto de vista intelectual?
Ela dá 5 razões para o ser humano continuar a consumir leite e derivados na vida adulta:
- Evolução da espécie:
- O ser humano foi o único animal da cadeia alimentar a evoluir e desenvolver recursos para a sua subsistência, como a pecuária, o vestuário e a tecnologia. Natural que o seu organismo evolua para acompanhar essas mudanças. Ao desenvolver a pecuária, há quase 9 mil anos, foi capaz de introduzir novos alimentos em sua dieta e fez com que seu sistema digestivo se tornasse apto a receber e processar leite e derivados. Geneticistas da Universidade de Maryland, EUA, demonstraram recentemente que o ser humano adquiriu a capacidade de digerir a lactase (enzima que digere a lactose), sendo esta uma evolução genética da espécie humana.
- Reconhecimento mundial:
- Os guias alimentares do Reino Unido, Brasil e Estados Unidos reforçam a necessidade do consumo de lácteos. Além das refeições principais, o guia alimentar do Brasil traz a composição dos lanches intermediários ou pequenas refeições (como citado no guia), nos quais os lácteos recebem destaque, principalmente o leite e o iogurte natural.
- Alta concentração de nutrientes:
- Os lácteos têm relevância como uma das principais fontes de cálcio na alimentação, quando consideradas as quantidades e percentual de absorção. O cálcio exerce papel fundamental na regulação de processos intracelulares, além de ser essencial para a saúde óssea.
- Integra o rol de nutrientes necessários para o funcionamento do corpo humano:
- Lácteos são reconhecidos pelos atributos nutricionais, por serem fontes importantes de proteína de alto valor biológico, com todos os aminoácidos essenciais, sendo as proteínas lácteas compostas pelas caseínas (que são proteínas altamente estáveis e não são facilmente alteradas pelo calor) e pelas proteínas do soro, que representam 20% das proteínas lácteas e se destacam por sua importância na síntese de proteínas sanguíneas e teciduais.
- Contribui para a diversidade alimentar:
- “Consumir um padrão alimentar saudável, composto por todos os alimentos e bebidas dentro de um nível de calorias adequado” é uma das mensagens do Guia Alimentar dos Estados Unidos, que trata sobre o respeito à diversidade dos alimentos e à quantidade consumida de cada alimento para constituir a alimentação.
Para a nutricionista é importante buscar uma alimentação balanceada: “ O importante é encontrar o equilíbrio quantitativo e qualitativo, sem abdicar da variedade alimentar e nutricional… causa ou consequência da evolução de nossa espécie!”
As informações são da consultora para a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios – Nutricionista Ana Paula Del’Arco (Mestre em Ciência de Alimentos pela UNESP. Doutoranda pelo Departamento de Pediatria da UNIFESP. Membro da Câmara Técnica do Conselho Regional de Nutricionistas (3ª região). Possui experiência na área de nutrição, com ênfase em pesquisas sobre lácteos, consumo alimentar infantil, probióticos, alimentos funcionais e análise de alimentos.
FONTE: Milk Point