Dor e distensão abdominal, gases, diarreia… você sente algum desses sintomas? Pois saiba que pode ser intolerância à lactose! Veja, abaixo, as 9 principais dúvidas que esclarecem o que é esta condição de saúde.
1 – O que é intolerância à lactose?
A intolerância à lactose é a incapacidade de digerir produtos lácteos, devido uma deficiência na produção da enzima lactase.
Para absorver os nutrientes presentes nos alimentos, nosso organismo conta com o auxílio de enzimas que fazem a separação de grandes moléculas, com o objetivo de deixá-las do tamanho ideal para a absorção pelo corpo.
A lactose, pertencente ao grupo dos carboidratos, é composta pela união de uma molécula de glicose e uma de galactose. Não é possível absorver essa dupla em conjunto. Portanto, a enzima lactase garante a sua separação, para que o corpo possa realizar a absorção normalmente.
2 – Quais os principais sintomas da intolerância à lactose e porque eles ocorrem?
Os principais sintomas são desordens gastrintestinais como gases, diarreia, distensão abdominal, podendo ocorrer também constipação e náuseas. Pessoas com intolerância à lactose não possuem lactase suficiente para realizar a separação por completo da lactose presente nos alimentos. Então, as moléculas de lactose que chegam inteiras ao intestino, ao invés de serem absorvidas, são fermentadas por bactérias presentes na microbiota, o que resulta nos sintomas citados.
3 – O que causa a intolerância à lactose?
As causas para a intolerância à lactose podem ser basicamente divididas em dois grupos:
– Causa primária: deficiência de lactase do tipo adulto, considerada a mais comum. Neste caso, o indivíduo passa a ter uma redução natural e gradativa na produção da enzima lactase ao longo da vida.
– Causa secundária: resulta de algum dano na mucosa intestinal. Doenças como diarreia infecciosa, síndrome do intestino irritável, doença celíaca, entre outras, além do uso prolongado de antibióticos pode provocar esses danos.
4 – A intolerância à lactose tem cura?
Na causa primária a intolerância é uma condição permanente. Já na secundária é uma condição que pode ser reversível quando aquilo que gerou danos à mucosa intestinal é combatido e a mucosa restabelecida.
5 – Como o diagnóstico de intolerância à lactose é realizado?
Após a avaliação clínica o médico poderá solicitar exames para confirmar a suspeita, como por exemplo:
– Teste de tolerância à lactose: exame laboratorial no qual o paciente recebe uma dose de lactose via oral em jejum. Após a ingestão, amostras de sangue são coletadas durante um período de 2 horas para verificar se ocorreu alteração significativa no nível de glicose. Caso não tenha ocorrido, indica que a lactose não foi separada em glicose e galactose e, portanto, a absorção não foi satisfatória – indicando um quadro de intolerância.
Como a lactose é ingerida para a realização desse exame, é comum o aparecimento de sintomas em pessoas com intolerância à lactose durante ou após a realização do exame.
– Detecção genética de intolerância à lactose: teste genético que utiliza uma amostra da saliva para verificar a presença do gene que indica persistência da enzima lactase. A ausência desse gene indica intolerância à lactose. Para a realização do exame não é necessário nenhum tipo de dieta específica ou ingestão de lactose. Portanto, é um exame livre de sintomas, indicado especialmente para crianças.
5 – Como é feito o controle da intolerância à lactose depois de ser diagnosticada?
O controle é feito basicamente pela quantidade de lactose que a pessoa passa a ingerir. Geralmente, as pessoas que acabam de descobrir a intolerância à lactose estão com os sintomas exacerbados. A primeira recomendação é parar de consumir produtos lácteos por um período, para que a mucosa intestinal se recupere.
Em muitos casos, o uso de probióticos e suplementos, como a glutamina, prescritos pelo médico ou nutricionista, podem auxiliar nesse processo. Após esse período, os laticínios e produtos zero lactose são inseridos na alimentação aos poucos, em pequenas porções, para se observar a tolerância individual.
6 – Pessoas que possuem uma alimentação livre de lactose – seja por intolerância ou opção – correm o risco de ter alguma deficiência de nutrientes?
Sim, é preciso ficar atento ao consumo de cálcio, um mineral fundamental para diversas funções no organismo, como a contração muscular, além de ser essencial na formação dos ossos.
7 – Então, como é possível repor o cálcio que não é consumido?
Alimentos como: sardinha, feijão, aveia, tofu, vegetais verde-escuros (couve, espinafre, brócolis) e amêndoas contêm uma quantidade significativa de cálcio. Para que o cálcio realize suas funções, também é necessário que os níveis de vitamina D estejam adequados. A exposição ao sol é a principal fonte de vitamina D, embora alguns alimentos também possuam a vitamina, como por exemplo: peixes (sardinha, atum, salmão), ovos e cogumelos.
A suplementação desses nutrientes pode ser realizada em casos específicos. Faça um acompanhamento com seu médico ou nutricionista para garantir uma nutrição adequada.
8 – A lactose faz mal em pessoas que não são intolerantes a ela?
Pessoas que não são intolerantes à lactose possuem quantidade suficiente de enzima lactase para realizar o processo digestivo normalmente, sem a presença de sintomas. Por isso, não é indicado excluir totalmente a lactose da alimentação, caso não haja nenhum tipo de queixa.
9 – Me identifiquei com os sintomas, devo excluir os lácteos da minha alimentação?
Não, na suspeita procure um médico para uma avaliação adequada. Mesmo se a intolerância à lactose for detectada, a exclusão total não é indicada. Cada caso deve ser avaliado individualmente por seu médico ou nutricionista.
Fonte: https://www.msn.com/pt-br/saude/medicina/10-principais-d%C3%BAvidas-sobre-intoler%C3%A2ncia-%C3%A0-lactose/ar-BBH70z3?li=AAggXC1&ocid=SK216DHP